Você sabe qual foi a rentabilidade da sua carteira de investimentos no mês passado? Ela apresentou bom rendimento? Qual a sua referência para esta comparação? Foi acima ou abaixo da inflação?
Além do hábito de analisar os investimentos individualmente, ao invés de enxergá-los como uma carteira, uma prática comum do mercado é usar como referência a taxa DI para comparar rendimentos (exceção aos veículos de renda variável que costumam ter como referência o Ibovespa). Por exemplo, para um fundo que rendeu 100% da taxa DI no mês passado, você sabe qual foi a rentabilidade e, principalmente, qual foi o ganho real, isto é, acima da inflação?
A taxa DI está em torno de 6,4% a.a., o que corresponde a 0,52% ao mês, enquanto a inflação (IPCA) esperada para 2018 está em cerca de 3,5%. Logo o retorno real (acima da inflação) do DI está próximo de 2,8% ao ano ou 0,23% ao mês. O que é mais atrativo informar ao cliente, sob a ótima comercial, que o rendimento da aplicação foi de 100% da taxa DI ou que o ganho real foi de 0,23% no mês? O mercado adotou a primeira opção, mas você precisa conhecer o ganho real dos seus investimentos, porque os custos de sua vida não têm relação com a taxa DI, mas sim com a inflação.
De qualquer forma, um investimento em renda fixa com rentabilidade de 100% do DI apresenta ganho real e isso é uma informação importante, porém é necessário definir a meta de rentabilidade real (acima da inflação) da sua carteira e perseguí-la, como: IPCA+ 3% a.a., IPCA + 5% a.a., IPCA + 7% a.a., etc. Tudo dependerá dos seus objetivos de curto, médio e longo prazos e do seu perfil como investidor, de forma a adequar da melhor forma possível suas aplicações com sua capacidade e disposição de correr riscos.
Segundo levantamento do site Infomoney, 1,2 milhão de brasileiros investem em fundos de renda fixa, majoritariamente conservadores, cujo retorno real em 12 meses será menor do que as taxas que os bancos cobram, ou seja, a instituição financeira ganha mais do que o cliente, com os investimentos do próprio cliente. Não parece adequado, não é mesmo? Além das altas taxas de administração nos fundos e dos baixos percentuais da taxa DI nos produtos como CDB’s, há de se levar em consideração o imposto de renda e a inflação.
Ademais, é muito importante entender que a maioria dos produtos de investimentos dos grandes bancos são menos rentáveis que outras opções que existem no mercado financeiro, já que se tratam de instituições sólidas e mais conhecidas, logo com risco de insolvência mais baixo e retorno consequentemente menor. Teoricamente, quanto maior o risco, maior a possibilidade de retorno. Assim, aqueles que aplicam em CDBs e fundos de renda fixa de instituições financeiras de grande porte estão sujeitos a altas taxas de administração (no caso dos fundos) e baixos retornos líquidos. Já os que procuram CDBs de bancos de médio porte ou fundos de investimentos administrados e geridos por outras instituições, conseguem obter retornos acima daqueles oferecidos pelos grandes bancos. Esse fator, quando visto na perspectiva de longo prazo, pode gerar um efeito bastante relevante no patrimônio.
Uma boa prática é conferir a rentabilidade dos seus investimentos ao longo do tempo e verificar se está adequada ao risco e retorno propostos, sempre enquadrada com o seu perfil de investidor. É importante também diversificar sua carteira e não concentrar seus investimentos apenas em produtos de renda fixa, principalmente nesse momento de taxa de juros baixa, uma vez que as rentabilidades tendem a ser menores – às vezes com retorno real negativo.
Voltando a falar da melhor referência, veja como usar a mais apropriada é importante e como a escolha por uma que não é adequada, mesmo sendo padrão de mercado, pode gerar entendimentos equivocados por parte do investidor:
No final de 2015, a taxa de juros estava em 14,25% ao ano, entretanto a inflação foi de 10,67%. Isso resulta em um rendimento real de 3,23% no ano, ou 0,26% ao mês, o que é próximo ao atual. No entanto, a sensação é que antes os ganhos eram maiores do que agora, o que não corresponde a verdade e pode induzir a comportamentos e decisões equivocadas.
Assim, a principal referência para sua carteira de investimentos não deveria ser a taxa DI, mas sim a inflação. Vale salientar que o retorno líquido deve ser acima da inflação do período, o que significa ganho real. Essa é, na grande maioria dos casos, o principal objetivo de uma carteira de investimento, sobretudo no longo prazo.
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